terça-feira, 16 de outubro de 2007

Religiões: diálogo ou confronto


É vulgar dizer-se hoje que a religião constitui uma componente fulcral no panorama mundial. Muitas questões sociopolíticas aparecem ligadas a ela, da diplomacia ao terrorismo, das leis da vida e família ao urbanismo e imigração, à educação e saúde.
A religião não é apenas um fenómeno individual, mas é também um fenómeno social, assim sendo, senão há religião não há civilização, a religião faz parte do mundo e faz parte da liberdade humana.
E enquanto tal, ela constitui um elemento estruturante da civilização, por isso, deve cada vez mais se amadurecer a ideia de que todas as religiões podem convergir, particularmente por um desejo de paz mundial e na manifestação de uma nova era, marcada por um nível superior da consciência humana.
Portanto, penso que o caminho é o diálogo, embora o passado seja predominante marcado pelo confronto, há que definir o futuro, como um tempo novo onde o diálogo já não é o primeiro passo, mas sim o segundo, porque antes de existir o diálogo e a razão, tem de existir o encontro, para que se possam compreender as diferenças e as semelhanças das religiões.
Hoje, para que possa existir esse diálogo torna-se imperiosa e necessária uma base: o respeito, sem o qual não existirá qualquer forma de diálogo. A diversidade que formam e fundamentam as várias religiões há-de, pois, ser considerada como elemento não de dispersão, mas antes de riqueza e união na pluralidade, convergindo para um Absoluto.
No seio de toda esta problemática, torna-se cada vez mais presente a necessidade de criação de um espírito de fraternidade, para que possa existir esse diálogo inter-religioso simples, claro e verdadeiro. É fundamental o abandono de uma lógica de violência e de vingança, que parece estar impregnada ao abordarmos o tema do diálogo inter-religioso. Só quando for interrompida esta lógica, com o perdão e com o reconhecimento que todos somos irmãos, é que será possível construir um mundo de paz, mesmo na diversidade dos credos.

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